2ª edição da Campanha Proteger o trabalhador e a trabalhadora é proteger o Brasil
Em maio de 2020, o Conselho Nacional de Saúde (CNS) lançou a campanha “Proteger o Trabalhador e a Trabalhadora é Proteger o Brasil”, com o objetivo de implementar um conjunto de estratégias de educação permanente, de valorização e de proteção à saúde dos trabalhadores e trabalhadoras envolvidos no enfrentamento da pandemia da Covid-19. A campanha reuniu uma série de vídeos contento informações, experiências e entrevistas que foram produzidas pelos próprios sujeitos e de forma coletiva, com trabalhadores e trabalhadoras, instituições de ensino, de pesquisa e de extensão, gestores e usuários e usuárias da saúde.
Os vídeos integrantes da campanha podem ser visualizados pelo link aqui. Esses vídeos cumpriram uma importante função de compartilhamento de informações válidas e disseminação de experiências. Como iniciativas de educação permanente, colocaram o contexto do enfrentamento à COVID em análise, permitindo a outras pessoas compartilhar dificuldades e mobilizar respostas locais, saindo do imobilismo inicial.
A pandemia da Covid-19 avança no Brasil, com o número de casos explodindo, perdas de vidas que seriam inevitáveis, colapso do sistema de saúde, exaustão dos trabalhadores e trabalhadoras da saúde e um ritmo lento de vacinação, tanto da população quanto desses trabalhadores e trabalhadoras. Essa situação é consequência de erros graves cometidos pelo governo federal, ao não assumir o papel estratégico de articulador nacional das respostas efetivas e oportunas no combate à pandemia, e de segmentos da sociedade, que compartilham a negação da ciência e a minimização da grave crise sanitária e social que vivemos.
A expressão trabalhadores e trabalhadoras da saúde é extensiva aqui às mulheres e homens que atuam em funções assistenciais, gerenciais, administrativas e operacionais de serviços, desde a atenção básica à assistência hospitalar especializada, aos estudantes e docentes da área mobilizados nas iniciativas emergenciais de combate à pandemia e aos trabalhadores de áreas essenciais que estão mobilizados para garantir o suporte necessário à vida e ao sistema de saúde. Essas pessoas, em negligência às suas vidas e à relevância do trabalho que realizam, não estão sendo protegidas como deveriam e estão sujeitos ao adoecimento físico e mental, à perda de vida e atuação em de trabalho sem equipamentos de proteção e com sobrecarga de trabalho. Ou seja, há uma tripla carga de risco no trabalho: um aumento expressivo de demanda, que ultrapassa a capacidade de resposta dos serviços; a exposição ao risco decorrente do excesso de trabalho e da pressão intensa de ações e procedimentos decorrentes da rápida evolução clínica dos casos graves; e, por fim, deficiências severas em termos da proteção dos trabalhadores, seja pela escassez de vacinas, seja pela falta de equipamentos de proteção individual e medidas de proteção coletiva.
Esses trabalhadores e trabalhadoras representam um dos grupos mais vulnerabilizados e estratégicos, que não pode manter-se em isolamento, já que fazem o sistema de saúde salvar a vida de todas as pessoas doentes da COVID-19. A mobilidade desse grupo pelo sistema de saúde busca defender a vida e cuidar da saúde dos brasileiros e brasileiras, assim como em todos os demais países do mundo.
Com o reconhecimento de que os trabalhadores de saúde, que têm um papel fundamental em assegurar saúde e bem-estar para a população, têm demonstrado dedicação, sacrifício e compromisso extremos não só para fazer este trabalho, mas também para vencer a pandemia da Covid-19, a 73ª. Assembleia Mundial da Saúde elegeu 2021 como o Ano Internacional dos Trabalhadores de Saúde e Cuidadores.
Diante desse contexto, aliada às várias recomendações e notas técnicas sobre a proteção desses trabalhadores e trabalhadoras, o CNS lança, nesse maio de 2021 (cujo dia 1º marca as lutas e resistências de todos os trabalhadores e trabalhadoras no mundo), a 2ª edição da Campanha Proteger o trabalhador e a trabalhadora é proteger o Brasil.