Nosso reconhecimento à categoria farmacêutica atuante no RS!
Pela definição do dicionário, a palavra “voluntariado” pode ser definida como uma atividade realizada por vontade própria. Isso significa que qualquer atividade que seja desenvolvida de forma espontânea.
E independente da responsabilidade ética, moral e civil dos profissionais para com a sociedade, o voluntariado é empatia posta em prática; solidariedade em sua forma mais essencial; é uma expressão do exercício de cidadania.
Pode ocorrer em qualquer dia do ano ou localidade. Mas quando vivenciamos um momento de calamidade pública, aquele momento de acirramento da situação e em que as vidas estão em risco, a mobilização individual para ajudar o coletivo tem uma importância para a sociedade e para as pessoas com muita relevância.
Em diferentes momentos, como na pandemia da Covid-19 como agora no RS, a atuação das pessoas e das comunidades fizeram toda a diferença. A solidariedade surge com muita força para ajudar o outro.
E foi neste cenário que a categoria farmacêutica se uniu a outras categorias para somarem força no acolhimento as pessoas no estado do RS. Do estado ou de outros estados, esses profissionais fizeram toda a diferença nos diferentes espaços. Mesmo enfrentando a exaustão, as dificuldades, em nenhum momento não mediram esforços ma atuação cidadã, e literalmente colocaram seu conhecimento a favor do outro.
Desde o fim do mês de abril e início de maio, em que a situação se tornou caótica e sem fim no RS, as entidades profissionais e universidades se uniram para atender a população. Pela categoria farmacêutica, todas as representações se mobilizaram e uniram, dividindo suas atuações, seja para cobrir mais espaços possíveis; seja para dividir as responsabilidades.
O Sindifars, junto a Afargs e a Faculdade de Farmácia da UFRGS atuaram em conjunto e articulando com demais representações da categoria. Foram muitas agendas e correria da manhã a noite, sem parar. E se somando as ações práticas iniciais disponibilizamos link de inscrição de farmacêuticas e farmacêuticos voluntários.
A farmacêutica Cristiane Manoela, que coordenou um grupo em torno de mil farmacêuticos voluntários manifestou:”Logo que chegaram as enchentes, chegou com ela a necessidade de cuidar das pessoas. Cada voluntário farmacêutico carregou consigo o seu melhor conhecimento técnico, práticas seguras e a humanidade que todos nós sabemos como ter quando estamos juntos das pessoas. Trabalhamos em sincronia nas equipes de saúde e acolhendo com carinho cada pessoa que passou pela nossa jornada. Em alguns casos, foi a primeira vez que algum membro da equipe pode contar de perto com o nosso trabalho. E, ao fim dessa jornada, perceberam que a qualidade do nosso fazer traz melhorias para o cuidado.”
A farmacêutica Letícia Raupp (CRFRS 5648) manifesta: “Como presidente da AFARGS gostaria de expressar minha profunda gratidão e admiração pelo trabalho incansável dos nossos voluntários que realizaram e têm realizado durante a catástrofe do Rio Grande do Sul. A atuação de cada um foi essencial para garantir que as comunidades afetadas recebessem os medicamentos necessários em um momento tão crítico. Vocês têm mostrado não apenas competência técnica, mas também uma compaixão e um altruísmo que inspiram todos ao seu redor. Em tempos de crise, o papel dos farmacêuticos voluntários é ainda mais evidente e significativo, trabalhamos na triagem, organização, expedição dos medicamentos, participamos da estruturação das farmácias nos abrigos e limpamos muitas das UBS de algumas localidades. A capacidade de agir rapidamente, identificar necessidades urgentes e oferecer soluções efetivas demonstra o impacto profundo que a nossa profissão pode ter na vida das pessoas. Saibam que cada gesto, cada consulta farmacêutica e cada dispensação de medicamento faz uma diferença imensurável. Nós voluntários somos heróis para muitos, proporcionando não apenas tratamentos, mas também esperança e conforto em tempos de incerteza. Agradeço de coração a dedicação de cada um e da coordenação dos mais de 700 voluntários que atuaram efetivamente, todos foram uma luz de esperança durante estes tempos difíceis. Continuem com esse trabalho exemplar, sabendo que nosso esforço é inestimável e profundamente apreciado. Somos farmacêuticos e sempre estivemos no front e no cuidado das pessoas, nosso maior compromisso como profissionais da saúde. Gratidão.”
Mas passado o período de acirramento das enchentes no Estado, o poder público precisa assumir suas responsabilidades com a população. As ajudas tem chegado ao RS , em especial do governo federal, que inclui disponibilidade de profissionais como recursos financeiros.
Agora chegou a hora da reconstrução do Estado do RS. Uma tarefa árdua e que certamente não será rápida. E neste sentido são muitas as ações que precisam ser executadas: recuperar a proteção da sociedade e sua relação saudável com o planeta; garantir que a prevenção de desastres tenha recursos e ações para assegurar nossas vidas; cumprir a legislação urbana existente; fazer funcionar o que já está construído e parou por falta de investimento, manutenção e cuidado.
Mas também, e nesta perspectiva real que as necessidades das pessoas são muitas, e o atendimento às suas saúdes se faz necessário, urge que os governos busquem as alternativas possíveis para contratações temporária de profissionais e realização de concurso público, com a garantia de políticas de valorização do trabalho dos que levam o seu fazer para atender as necessidades das pessoas.
Não é mais possível seguirem na busca de pessoas voluntárias, que já estão exaustas e precisam seguir suas vidas pessoais e profissionais.
E vale lembrar que o Estado do RS já teve a Força Estadual de Saúde, redes estruturadas de urgência, emergência e uma rede de hospitais em pleno processo de regionalização. Essas são algumas das pautas que devem permear assembleia legislativa e câmaras de vereadores. Sem esquecermos da importância da segurança pública e o atendimento integral à necessidade das pessoas. Afinal, saúde não é apenas ausência de doença, mas abrange a fatores condicionantes e determinantes do bem-estar físico, mental e social como: alimentação, moradia, saneamento, meio ambiente, trabalho, renda, educação, transporte e lazer.
A presidenta do Sindifars, farmacêutica Debora Melecchi, expressa “gratidão a todas as colegas farmacêuticas e farmacêuticos por se colocarem a disposição da população neste momento de tanta tristeza que estamos passando no nosso Estado. O seu conhecimento, compromisso e dedicação foram essenciais no cuidado com as pessoas. Mas também nosso reconhecimento aos farmacêuticos que atuam na assistência farmacêutica dos municípios gaúchos e nas farmácias, laboratórios, indústria, distribuidora e nas universidades, do setor privado, bem como os farmacêuticos que estão nas residências multi/saúde. Independente do seu dever, enfrentaram muitas dificuldades para manter o seu trabalho a disposição da população, com qualidade e segurança.”
Sigamos com coragem e juntos !
Sindifars, cuidando de quem cuida!