Repúdio as flexibilizações em Porto Alegre!

O ano de 2021 já se iniciou e junto nosso esperançar por dias melhores. Sabemos que este ano os desafios serão muitos, e que a pandemia da Covid-19 permanece no nosso dia a dia.

Nada mudou de 2020. Esta pandemia está presente no nosso dia a dia e, portanto, todos os cuidados e medidas sanitárias seguem sendo obrigatórias para evitar mais óbitos.

A saúde está em colapso, seja no setor privado como no público. Os leitos UTI no limite de suas ocupações. Ausência de empenho dos governos em fortalecer o sistema de saúde.

Vale destacar que o sistema de saúde brasileiro, o SUS, é a maior política inclusiva conquistada no Brasil, que tem sido a sustentação para o atendimento das pessoas, em especial na pandemia da Covid-19, e que graças ao empenho de centena de profissionais de saúde, já exaustos e não valorizados, tem salvo a vida de milhares de brasileiros.

O Sindifars tem se empenhado para que os cuidados e proteção aos farmacêuticos, demais trabalhadores e às pessoas sejam de fato cumpridos pelas empresas e gestores públicos. A implementação do distanciamento de pelo menos um metro e meio, uso correto de máscara, dentre outros são fundamentais para a proteção de vidas.

Mas, qual o 1ª ato do recém empossado prefeito de Porto Alegre, Sr. Sebastião Melo? Publicar decreto flexibilizando os horários, o número controlado de pessoas dentro de um local, oportunizando eventos. Esta atitude é uma afronta as vidas.

O Sr. prefeito esquece de suas responsabilidades junto aos munícipes da cidade. Parece que nem com empresários tem conversado, porque o que mais as empresas têm buscado são alternâncias de escalas devido ao número elevado de empregados adoecidos pela Covid–19.

O prefeito de Porto Alegre ignora a ciência, as normas técnicas do Ministério da Saúde e da Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Simplesmente exclui o papel da vigilância em saúde, as manifestações do controle social do SUS e da realidade do avanço da Covid–19 no mundo e no Brasil, até porque já foram detectadas, inclusive no país, novas variantes do Sars Cov 2, de transmissibilidade muito maior.

E infelizmente não para por aí. O prefeito de Porto Alegre anunciou que a rede pública de Porto Alegre vai oferecer cloroquina para pacientes que quiserem “tratamento precoce”! Vários estudos já demonstraram que cloroquina é ineficaz para combater ou minimizar os sintomas da Covid-19. Além disso, tem sido estudado as alterações bioquímicas que este medicamento tem causado nos pacientes pelo mal-uso deste medicamento.

Infelizmente, o uso da cloroquina ultrapassou o debate científico e segue sendo uma questão política. Incentivar e disponibilizar o uso de cloroquina para tratamento, mesmo que precoce, para Covid-19, é um atentado as vidas.

Daí pergunta-se: quem irá arcar com a responsabilidade quanto as mortes, a ausência de trabalhadores da saúde, como os farmacêuticos, que são fundamentais para atender as demandas das pessoas?

O que se espera de um governante é o compromisso com as vidas. É implementar as políticas públicas, buscar as vacinas contra a Covid–19 a todos os munícipes e exigir a prática das medidas de segurança sanitária. É agir pela proteção social.

O Sindicato dos Farmacêuticos no Estado do Rio Grande do Sul (Sindifars) repudia o anuncio do Sr. prefeito de Porto Alegre, realizado em 04/01/2021, quanto as novas medidas previstas no decreto de enfrentamento à Covid-19 na Capital gaúcha. E buscaremos todas as providências cabíveis na defesa das vidas e na proteção dos farmacêuticos e dos trabalhadores.

Sindifars, cuidando de quem cuida!