Covid-19: Sindifars lança questionário para identificar formas de contágio dos farmacêuticos que atuam no RS

 

O Sindicato dos Farmacêuticos do Rio Grande do Sul (Sindifars), juntamente com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e o Departamento Intersindical de Estudos e Pesquisas de Saúde e dos Ambientes de Trabalho (Diesat), lança no estado o questionário chamado “Rede de Informações e Comunicação sobre a exposição de trabalhadores(as) ao SARS-COV-2 no Brasil” que ficará aberto para receber respostas dos farmacêuticos nos próximos três meses, ou seja, até início de março.

Responda o questionário aqui.

A Coordenadora da Coordenação de Comunicação Institucional (CCI) da Direção da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (ENSP), Rita Mattos, contou que a ideia inicial do projeto surgiu quando trabalhadores petroleiros procuraram o Centro preocupados com o aumento dos casos de Covid, principalmente com trabalhadores embarcados. Após um tempo de estudos e análises, decidiu-se estender a proposta para toda a classe trabalhadora brasileira. “Avaliamos, juntamente com os sindicatos, a necessidade de um inquérito para identificar as fontes de contaminação para saber se a origem era o trabalho, o meio de transporte ou domicílio”.

A iniciativa conta com três pilares para que se tenha resultados efetivos: pesquisadores, trabalhadores e serviços de Saúde do Trabalhador. “A construção da Rede e sua estrutura participativa é a concretização de uma histórica demanda da classe trabalhadora do direito à comunicação de risco nos ambientes de trabalho e de uma das principais diretrizes ética da Saúde do Trabalhador, desde o Movimento Operário Italiano (MOI), que preconizava a informação e monitoramento de risco como ferramenta inerente à ação de defesa da vida no trabalho, que não deve ser delegada a terceiros, mas sim ser instrumento da ação sindical”, explicou a especialista em Saúde Mental e Saúde do Trabalhador, Maria Juliana Moura Correa.

O Sindifars está sendo figura chave no lançamento do projeto. “Consolidamos o Núcleo piloto da Rede no Rio Grande do Sul, do qual o sindicato dos farmacêuticos faz parte, ação que oportuniza reflexões da realidade local e trocas para aprimoramento das ações da rede.”, destacou Correa que também PhD epidemiologia e pesquisadora colaboradora do Ensp/Fiocruz.

O questionário contempla tanto trabalhadores que seguem com suas atividades de dentro da empresa, como os que passaram a prestar serviços de forma remota. Já no início do questionário essa diferenciação surge para que as perguntas sejam mais pontuais e as repostas mais assertivas.
Todo o processo é claro, dinâmico e rápido. “Extremamente importante os colegas farmacêuticos preencherem na íntegra o Questionário. Afinal serão essas respostas que irão embasar a atuação jurídica e política do Sindifars junto aos empregadores nos setores público e privado”, destacou a presidente do Sindifars, Debora Melecchi.

O questionário contém perguntas que tem respostas opcionais. Contudo, vale salientar que todas as respostas são sigilosas e quanto mais completas melhor para possibilitar mudanças efetivas na estrutura dos locais de trabalho. “O questionário é bastante seguro, pois trabalhamos com uma rede chamada RedeCap que garante a segurança dos dados, respostas e de quem está respondendo o questionário, seguindo um modelo já existe para redes de pesquisa sobre contaminação em HIV ou em população vulnerável. Com isto, lidamos com questões sobre saúde e segurança no trabalho. Assim é fundamental que os trabalhadores participem, pois as respostas darão suporte às questões judiciais oriundas dessa exposição no diálogo direto com o Ministério Público do Trabalho, e epidemiológicas a partir do levantamento de dados estatísticos”, explicou Rita.

Segundo a coordenadora, tudo será disponibilizado de forma acessível aos trabalhadores para que se entenda a importância ativa de cuidar da saúde no trabalho. “Acreditamos que assim estamos contribuindo na formação desses trabalhadores. Num segundo momento, estamos analisando ainda a viabilidade de um curso sobre vigilância em saúde do trabalhador mais direcionado para as categorias com base nos dados coletados.”

O especialista em Saúde do Trabalhador, pesquisador e coordenador técnico do DIESAT, Eduardo Bonfim da Silva, afirma que a participação da classe trabalhadora dentro desse processo significa dar voz e vez para que ela possa significar tudo ao que vem sendo acometida nos seus locais de trabalho, em especial quanto à questão da Covid. “Essa participação representa a possibilidade de comunicar os riscos aos quais estamos expostos, inserindo de fato os trabalhadores no processo. Esse instrumento passou por uma série de análises com relação ao protocolo, didática, qualificação das questões baseado em muito diálogo com a classe sindical, em especial o Sindifars.”, contou Silva.

O questionário está sendo tratado como um grande marco de mudanças e ações efetivas sobre a saúde e segurança do trabalho. Faça a sua parte e participe dessa ação!

Qualquer dificuldade para acessar o questionário, entre em contato com a Rede pelo e-mail: redesarscov2.diesatensp@gmail.com e sindifars@sindifars.com.br. Contribua para que a Rede receba o maior número possível de respostas e colabore na melhoria do trabalho neste momento de pandemia. Saiba mais a respeito, clicando aqui.

 

Responda o questionário aqui.

 

Fonte: Assessoria de Comunicação do Sindifars