Dia Mundial da Saúde e o sucateamento do SUS

Chegamos a mais um Dia Mundial da Saúde, esse ano vivendo o momento mais desafiador e sem precedentes para os profissionais da área da saúde, na história moderna desse planeta. 

 

O novo coronavírus tem desafiado todos os países diariamente no seu combate incessante. São diversas as dificuldades para que se consiga evitar o aumento drástico dos casos de contaminação junto à busca pela identificação de uma vacina que combata o vírus. Somado ao cenário grave que ameaça colapsar com o sistema de saúde brasileiro, o país ainda vive uma crise política interna preocupante que expõe a falta de sintonia entre o presidente da república, ministros, governadores e prefeitos.

 

O Dia Mundial da Saúde serve para refletirmos sobre os rumos que o nosso país está tomando. Em 2016, o Governo Federal aprovou a emenda constitucional 95 que prevê que, durante 20 anos, as despesas primárias do orçamento público ficarão limitadas à variação inflacionária, ou seja, não ocorrerá um crescimento real de despesas como na área da saúde, por duas décadas.

 

Segundo levantamento apresentado pela Comissão de Orçamento e Financiamento (Cofin) do CNS, que consta no documento apresentado à ministra Rosa Weber, as perdas de financiamento federal no SUS, decorrentes da mudança de regra de cálculo da EC 95/2016, apuradas até 2019, foi de R$ 17,6 bilhões e a estimada para 2020 é de R$ 4,9 bilhões, o que totaliza R$ 22,5 bilhões a menos do que deveriam ser os recursos da Saúde em apenas três anos de vigência da nova regra.

 

A data de hoje pede uma posição crítica e política com relação ao cenário de precariedade que a saúde no Brasil se dirige devido a essas medidas adotadas, nos últimos tempos. A consequência com a qual estamos nos deparando é o sucateamento e a desvalorização do SUS – o maior e mais completo sistema de saúde que serve de modelo para diversos países desenvolvidos no mundo todo.

 

Contudo, é importante também saudar o incansável trabalho dos farmacêuticos na luta contra a Covid-19. O Sindicato dos Farmacêuticos do Rio Grande do Sul (Sindifars) tem atuado com atenção e vigor para garantir que sejam cumpridas todas as medidas de proteção, tais como EPIs (equipamentos de proteção individuais), a fim de salvaguardar a saúde desses profissionais. Reafirmamos que seguimos na luta por zelar pela Seguridade Social no nosso país e pela vida das pessoas.

 

Diretoria Sindifars