Protagonismo Feminino na Fenafar: LIVE discute trajetória da entidade na luta por direitos

Em uma noite de celebração e reflexão, a Fenafar realizou, no dia 26 de junho, uma live especial em comemoração aos seus 50 anos. O evento destacou o protagonismo das mulheres na liderança da entidade, focando na formação de lideranças políticas, na defesa dos direitos humanos, do trabalho farmacêutico e da democracia.
A atividade foi organizada pela Diretoria da Mulher e pela Diretoria de Direitos Humanos, ouviu três farmacêuticas que presidiram a entidade entre 1991 e 2012. Em suas falas, as líderes destacaram as principais lutas, os desafios e vitórias nos seus respectivos mandatos, evidenciando a importância da liderança feminina na construção e fortalecimento da Fenafar.
Gilda Almeida, que presidiu a Fenafar de 1991 a 1994, relembrou o início de sua gestão. “Tivemos que enfrentar vários desafios. Começamos um processo de reorganização e de representação da categoria e dos sindicatos. Um ponto marcante foi a realização do 1º congresso com a eleição direta da nova diretoria,” destacou. Gilda também enfatizou a luta contra a Lei de Patentes e contra o projeto Marluce Pinto, além da defesa dos medicamentos genéricos. “A Fenafar esteve presente em todos os processos políticos da nação e da saúde nesse período.”
Maria Eugênia Cury, cuja gestão coincidiu com o primeiro mandato do Governo Lula  iniciado em 2003, destacou o desafio de estabelecer a atuação sindical num governo oriundo e apoiado pelos sindicalistas. Ela ressaltou a importância das conferências com a participação social, incluindo a 1ª Conferência Nacional de Medicamentos e Assistência Farmacêutica. “A Fenafar foi protagonista na realização dessa conferência, que culminou na implantação do Plano Nacional de Assistência Farmacêutica (PNAF),” disse. Ela também mencionou a luta contra o Ato Médico e a campanha de combate à violência contra a mulher, que precedeu a aprovação da Lei Maria da Penha.
Herdeira de boas lutas, como se definiu, Célia Chaves destacou a importância da campanha “Farmácia: Estabelecimento de Saúde” que culminaria com a aprovação da Lei 13.021/24 em 2014. “Outra grande luta foi a discussão da questão das patentes, que continua sendo debatida até hoje,” afirmou. Célia também mencionou a criação do Comitê do Uso Racional de Medicamentos em 2007 e a participação da Fenafar no Fórum Social Mundial. Ela enfatizou ainda as lutas que ainda seguem sendo travadas pela redução da carga horária para 30 horas e pelo piso salarial nacional. “São lutas que vão continuar na pauta da Fenafar até que sejam estabelecidas.”
Durante o evento o presidente da Fenafar, Fábio Basílio, saudou a iniciativa destacando a importância do papel das mulheres na entidade. “Nossa entidade chegou ao tamanho que é hoje graças à força e o protagonismo dessas mulheres que estiveram à frente das lutas e vitórias dessa categoria, majoritariamente feminina,” disse Basílio.
Vinicius Pinheiro, diretor da OIT Brasil, também participou, saudando os 50 anos da Fenafar, ressaltando a importância da categoria farmacêutica. O diretor lembrou que em agosto de 2023 Fenafar e OIT oficializaram um memorando de entendimento de cooperação técnica voltado a promoção do trabalho decente das trabalhadoras e dos trabalhadores farmacêuticos.
Durante a live, foi lançada uma enquete organizada pela Fenafar com o apoio da OIT, abordando o perfil e as situações de violência enfrentadas pelas farmacêuticas, investigando aspectos como disparidade salarial, assédio moral e sexual. José Ribeiro Guimarães, Oficial de Projetos da OIT, apresentou os detalhes da enquete.
A live “O protagonismo das mulheres à frente da Fenafar” é um marco na discussão da liderança feminina, na defesa dos direitos das farmacêuticas e na construção de uma sociedade justa e democrática. O evento reafirmou o compromisso da Fenafar com a igualdade e a dignidade no trabalho, celebrando as conquistas do passado e vislumbrando planos para o futuro.